Palavras que ficam por dizer, no meio de tantos momentos que o destino nos proporciona. Dizemos meia dúzia de palavras e depois ficamos entregues ao silêncio sem agir. Deixamos o local, e sonhamos com o mesmo acontecimento, mas com as palavras certas ditas com toda a alma liberta sobre o céu. Fico com um ressentimento estúpido pelo meu silêncio e calo o meu coração vezes e vezes sem conta.

É irónico como sonhamos com o que devíamos ter dito, a nossa cabeça deita um fumo bem pensador e ficamos com mais um dilema entre mãos. Culpamos a nossa memória de ser tão forte e tão bem memorizada que não deixa nenhum momento escapar, só para vermos o quanto errámos em não termos dito aquilo que devíamos ter dito.

O rancor instala-se no nosso corpo como uma picada de um insecto e é inevitável a dor que sentimos a seguir. 

Não relaxamos, não andamos.. ficamos parados pelo tempo sem saber como agir de seguida. Pensamos no antes e o depois fica suspenso, o sorriso desaparece e só desejamos encontrar um esconderijo para nos escondermos até a alma se resolver a ficar em silêncio.

É absurdo e quase indirecto a forma como o destino sabe comandar as atitudes, as palavras e os gestos. Pequenos momentos que nos fazem pensar, como deveríamos ter feito. Inevitável é o meu coração, quente e meio gélido, querer satisfazer todos os desejos da minha alma que por vezes, se encontra dormente só para calar a voz do meu interior.