No início foi totalmente inesperado, nunca pensava antes ocorrer uma daquelas noites em que fosse pegada de surpresa, senti-me bem ao ter dormido do teu lado, mas com o único pensar que não me ajeitaria contigo e que só durava aquela noite.
Não me importei de no dia seguinte te dar um beijo na testa e me ir embora, porque não tinha sentimentos nem nenhuma razão de te ter no meu pensamento.
Mas os dias foram correndo, ferozes como o dia que se desfaz para a noite chegar. Não me arrependi de nada, e também não me apeguei ao pouco que tínhamos sido naquela noite. 
Mas aos poucos tu e eu nos fomos aproximando, cada vez mais. Só desejava arduamente para que os fins de semana chegassem para tu chegares e me abraçares, pegares-me ao colo e encheres-me de beijos e pensava eu que não me iria ajeitar contigo.
Mas foi o que aconteceu.
Por vezes e em diversas vezes os nossos erros, parecem ser os mais belos e os mais apetitosos de repetir. E tu todos os fins de semana eras o meu desejo mais sincero e concretizado, porque por mais que a vida e a rotina fossem complicadas, tu fazias de tudo para estares comigo.
Mas aos poucos habituamos o maldito coração a dar mais um pouco de carinho e mais um bocado de saudade,
e isso tudo gerou confusão na alma. Apeguei-me levemente, mesmo não admitindo aos olhos de todos. 
E por vezes as palavras não são as melhores, e possuímos o grande erro de dizer o que não queremos, em estado sã ou alcoólico. 
E foi o que aconteceu.
Foste o erro mais bonito que gostei de conhecer e de ter o prazer de me ter interligado aos teus abraços e aos teus beijos. E um silêncio é tão difícil de interpretar,
tu não és fácil, muito menos eu. Mas o meu desejo de lutar para que esteja nos teus braços numa outra noite é tão dolorosa que não consigo pensar em mais nada. E começo a pensar se não te hei-de deixar onde estás. 
Um feito inesperado, achas que notarás?