Aqui te escrevo. No silêncio das minhas dores, e distante do teu corpo.
Podia-te estar a enviar esta carta, como sinal de arrependimento profundo onde me encontro, mas saberia que nada poderia fazer para te trazer de volta.
A culpa foi toda minha. Porque a minha adolescência foi tardia de mais, e aprendi a ser rebelde muito tarde. Passei por muito com o meu primeiro amor, vivi tantas histórias, tantas aventuras.. que acabei por sofrer e seguir em frente. Foi tão difícil, que decidi depois de o ter deixado porque não dava mais e acabei por seguir o caminho da liberdade. Meses depois encontrei-te.
Achei uma parte de mim apaixonada e a outra que não se queria prender e render aos teus encantos. Tive medo, senti os teus ciumes, e todas as tuas regras. E eu livre como sou, não queria ceder ás tuas ordens, por mais que todos os dias me provasses o amor e a lealdade que tinhas para comigo. Aos poucos fui-me atravessando noutros mares, sem dar conta que poderia estar a viver o amor da minha vida como eu merecera.
Errei contigo, sim errei. Hoje consigo saber a dor que é ser magoado e trocado. Fiz-te sofrer e fiz-te contagiar de uma maneira que o teu coração ficou frio. Frio de uma tal maneira porque nunca tinhas sido traído como foste.
E eu só percebi isso, quando nos deixámos aos dois. Quando naquela noite tomei a liberdade para te dizer tudo.. tudo que me custou o teu amor por mim, e a história que iriamos ter se eu não tivesse sido tão rebelde.
E só agora percebi, a dor que tenho cá dentro. Uma dor nova, uma dor esquisita. Que não me deixa divertir nem ser a maior das rebeldes.
Tanta gente de volta de mim, e eu a sentir-me sozinha. Porque precisava de lutar por ti e por mais que insista em revirar todo este acontecimento, tu já não me queres. Não por vingança, mas pelo coração magoado.
E em todas as oportunidades, não acho meios de voltar para os teus abraços.
E a dor é a maior que todas. Porque mereço e porque...
te perdi.
