O que nos aconteceu? O meu dilema deste dias que demoram tempos e tempos a passar. Oh, será que vale a pena meu amor? Ou será que não te devo chamar mais de amor?

O espaço ficou interdito, não podemos passar perto um do outro, a chama acende mas volta a apagar quando te decides afastar, mesmo que em tempos tivesses dito que tudo iria ficar igual. 

Nada fica igual, quando um amor distanciado se torna tão impossível de se tocar, de se tornar fiel ao próprio coração. O meu interior sentiu-se tão bem quando em vários códigos disseste que me amavas e que gostavas que estivesse ao teu lado todos os dias, todas as horas da tua vida. Empurraste-me para uma maré de felicidade sem escolhas de voltas para o passado já longínquo. Mas tiveste medo, medo de percorrer o caminho a meu lado, mesmo que os nossos olhos não se vissem todos os dias da semana. 

A minha mente murchou e a minha vontade de persistir, desvaneceu. Mas estavas certo, demasiado certo e por mais que tudo desse certo ao inicio, a saudade iria continuar a persistir todos os dias diante a janela e a cama desocupada no seu lado esquerdo. Engoli em seco todos os impossíveis mas ainda assim achaste por bem deixar-me a vaguear na sabedoria do amor sem me magoar.

Estás longe meu amor, já não te sinto como dantes. O meu medo surgiu, o meu eu fugiu e o furacão de sentimentos está aqui a meu lado, dificulta o meu adormecer e tenta facilitar o meu acordar mas finjo que não existem despertadores e continuo no meu sonho habitado pelas tuas palavras e pelo amor que ambos sentimos e que nutriu sem darmos conta. De todos os corações, quiseste o meu, derreteste a minha mente com as tuas palavras e a tua doce amabilidade de me surpreender quando menos esperei.

Parecemos dois habitantes longínquos do amor, com cartas e remetentes em segredo, sentimentos escondidos e possíveis futuros. 

Desejavas tanto quanto eu, que tudo fosse possível e a emoção seria ainda mais forte de como nos falamos, de como nos tratamos. Um dia vou dizer aos sete ventos o quanto este amor, mesmo impossível, foi amado por nós dois. Não houve rancor, não houve demasiado choro. Houve uma aceitação que achámos plausível, e que só nos iria magoar menos. 

Não me vou dar ao trabalho de contemplar o prazer do meu coração em fazer próximos futuros com alguém, ou até contigo. Sabes meu amor? Tinhas toda a razão, estar sem te tocar todos os dias iria dar-me uma revolta inexplicável que nem tu sabias travar. E aí iríamos fracassar e perder tudo o que obtivemos desde o inicio. E isso nunca vai acontecer, sabes porquê? Somos os lutadores do amor e das escolhas sensatas, porém o destino consegue ser sempre mudar os tempos mas nunca as vontades. 

A vontade continua em nós meu amor, e só quero que sejas feliz. Oh, acredito que irás ser. Da próxima vez, iremos entrar no metro, e dar largas ao coração.. que me dizes?