Criei uma paz infinita em ti. Reencontrei a estabilidade que precisava, não precisei ligar nenhum gps ou procurar por um mapa. “Quanto mais se procura, menos se encontra.” Ouve momentos em que desisti de procurar, fixei-me num ponto seguro e deixei-me andar. Muitos disseram que a minha desistência tinha voltado, outros até acharam piada e eu fiquei-me por ali, desliguei-me de opiniões e olhares forçados, abraços fortes mas magoados.

Hoje encontro-me noutra harmonia, não vivo de palavras caras ou conversas fiadas por mensagens de telemóvel que nem significado têm. O infinito por vezes encontra-se sobre o plano fixo dos meus pensamentos e cai tão bem quando me aconchego nos teus braços.

É natural a forma como me fazes sentir bem, de como a noite se torna quente e sem pudor algum. Desejamos vivamente, tal como a luz da lua que se encontra sobre as nossas cabeças. “Permanecia aqui a noite toda, dormia aqui tão bem sobre o teu colo” dizias tu, enquanto me apertavas as pernas com os teus braços e fazias cocegas nas pernas com o teu cabelo loiro bonito.

Odeias quando ligo o rádio e começo a ouvir Linkin Park – na realidade é o cd que toca em todas as nossas viagens – suspiras e para vingança encostas a tua cara sobre o volante e cantas uma música à Bob Marley, típico da tua pessoa.

Temos demasiadas conversas, demasiados segredos nossos. Ninguém compreende, os dilemas que nos acompanham sempre que decides deitar a tua cabeça sobre o meu colo e eu faço-te pequenas festas no cabelo.

Guardamos os momentos connosco, sabem bem ficar entre nós, sem promessas do mindinho, mas vivências permanecidas nos nossos olhares. “Sabe tão bem”, pois sabe. Tu sabes bem, não me condeno, as horas da madrugada gastas no encanto do teu aconchego.

“Já precisavas de alguém assim.” Alguém me disse, à uns dias atrás. Vivo a vida consoante o tempo, permaneço no presente, esqueço um pouco o passado e o futuro só me irá pertencer quando bater na minha janela, em qualquer manhã.