Todos uns dias é quase uma batalha para a sobrevivência, sobrevivência essa sem ti. Passo noites depois do trabalho a ouvir músicas que me envolvem a alma enquanto olho para as nossas fotografias que guardei com muito carinho. Traí-te na pior maneira da palavra, não imaginando que eras o homem ideal para mim. Olhos azuis, loiro, com um sorriso verdadeiro e uma panca igual à minha. 
Mas não o soube ver... ou melhor, vi tarde demais. 
Ando nesta deriva da culpa todos os dias, mesmo tu me teres perdoado todas aquelas vezes em que falhei, em que arrisquei perder-te e que no final perdi mesmo.
A culpa maior que temos, é magoar o coração de alguém. E um dia todos fazemos isso. Não porque somos más pessoas, mas porque temos alturas em que reagimos de outras maneiras e feitios.
E fazes-me a maior das faltas.. o meu coração implora para te encontrar outra vez, para eu sentir o tremor nas minhas pernas e a ansiedade de te olhar de relance sem que notes.
Sou uma besta! Fui digamos... uma besta porque te perdi, porque tu me amavas. Porque me aqueceste o Inverno inteiro, e eu não soube aproveitar o calor que me deste nas manhãs frias de Primavera. 
Sou uma idiota porque agora me ressinto todos os dias pela falta que me fazes e que a culpa é minha. Em todas as maneiras e feitios.
E por isso mudei novamente. Calma, serena, copo cheio, coração vazio, alma cheia de memórias e saudade. 
Num ápice começo a recomeçar tudo o que deixei por fazer. Não me deixo iluminar por qualquer bandido. Não me deixo entregar facilmente. Porque me ensinaste, que ...
Nem sempre ser rebelde é bom. Aliás... só seria bom se estivesses a meu lado.
Outra vez.