Escrevo aqui nas minhas noites mais frias. As fases da lua estão desalinhadas, assim como a minha alma se encontra, repetidamente todas as noites.
Os cigarros embalam-me, as músicas palpitam o meu interior. Noites mal dormidas, sonhos esquisitos, acordares a meio da madrugada e a saudade enorme de me sentir desejada e completamente bem comigo mesma.
O vício foi tão grande, que não vi o que tinha em mãos,´
e agora que não tenho um nada, é como se me custasse a respirar todas as vezes em que me encontro com outros seres. Seres que não me deixam com desejo, com vontades novas.
Lembro-me sempre: mas aquele que eu tinha.. aquele com quem eu tive...
e depois dá-me vontade de pegar em mim e viajar. 
Mas viajar fora daqui, sem avisos. 
Quero compor-me, para veres que sei bem o que quero.
E o que eu quero vai mais além.